

Stephen Covey sugere um modelo para melhorar nossa consciência sobre o grau de proatividade que estamos adotando com relação a nossa vida. São sugeridos dois círculos, sendo um chamado de Círculo de Preocupação, e outro chamado Círculo de Influência. O que significa os círculos?
Significa que o nosso foco deve estar sempre no que podemos mudar, ou seja, o foco deve ser no Círculo de Influência – PROATIVO. Enquanto focar no Círculo de Preocupação significa investir tempo e energia em assuntos que não temos controle/influência – REATIVO.
Covey indica que quando estamos no Círculo de Influência/Controle, estamos em um modo mais proativo, ou seja, invisto meu tempo e energia na resolução de situações que posso controlar. De forma que quando estou no Círculo de Preocupação, estou em um modo mais reativo, ou seja, coloco foco em assuntos que não tenho controle, como a tal crise, o que as pessoas podem pensar a meu respeito, fofocas, etc. Resumo: invisto tempo e energia em temas que tenho baixíssima ou nenhuma influência e negligencio os assuntos que de alguma forma posso controlar e influenciar.
Veja a ilustração abaixo:
Círculo da esquerda = foco na Preocupação = Reativo (Tenho que reduzir)
Círculo da direita = foco na Influência/controle = Proativo (Tenho que ampliar)
Esta proposta de Stephen Covey fornece uma visão prática e simples, que sugere focar 100% da nossa energia sobre o que verdadeiramente podemos controlar e/ou influenciar.
Ignore e não invista tempo e energia em coisas que não podemos controlar ou influenciar!
Recentemente fui com minha esposa e filho visitar um quartel do Exército Brasileiro. O objetivo com a visita era conhecer e entender o funcionamento de uma base militar, para apoiar meu filho em sua escolha.
O tenente que nos acompanhou na visita, informou sobre as dificuldades de conseguir ser aprovado no exame (concurso público), bem como o aumento no número de inscritos que saltou da casa dos 10.000 para 30.000 pessoas, e o número de vagas disponíveis continuou o mesmo. Ou seja, o grau de dificuldade para conseguir uma das vagas para cadete do exército é muito maior atualmente, principalmente se compararmos com um passado recente.
Por outro lado não adianta focar a energia na discussão deste cenário, pois não permitirá aumentar as chances do meu filho para ingressar no exército. Esta conversa estava gravitando inicialmente em uma informação importante, e posteriormente começou a ser direcionada apenas para o Círculo da Preocupação. Ficamos pensando que era quase impossível alcançar uma das vagas.
Conversei bastante com meu filho e procuramos avaliar várias opções de Cursos Preparatórios online, pois ele poderia se inscrever e iniciar a sua preparação com um ano de antecedência, uma vez que ele estará com idade para o concurso apenas no próximo ano.
Neste momento a conversa começava a gravitar para o Círculo de Influencia/Controle, pois estávamos falando sobre como seria o processo de preparação dele para o concurso. Estávamos focando na solução. Fizemos uma agenda com suas atividades diárias para abrir espaço na sua rotina e encaixar maior tempo para sua preparação.
Logo, estávamos falando sobre um plano afim de realmente prepara-lo para o desafio do concurso, independente da possibilidade de alcançar ou não o objetivo. O importante era apenas focar na preparação.
Ficar lamentando não era o caminho. Refletimos em conjunto e redirecionamos a energia do meu filho para aquilo que ele poderia controlar. Desta forma, ele assumiu uma responsabilidade pelos seus atos, e assim poderá influenciar o resultado.
Muitas vezes somos literalmente arrastados para o Círculo da Preocupação e acabamos nos esquecendo de que ali muito pouco pode ser feito. É importante estarmos consciente deste modelo para gravitarmos sempre no Círculo de Controle/Influência.
Se você é pró-ativo, você não tem que esperar por circunstâncias ou outras pessoas para criar perspectiva expandindo experiências. Você pode conscientemente criar por você mesmo. Stephen R. Covey.
Concorda que existem situações em que literalmente nada pode ser feito? Ou seja, não existe necessidade de ocupar-se por antecipação com coisas fora da nossa zona de ação e influência. Esta é apenas uma “zona de desgastes”. Desperdiçamos energia, tempo, nos desmotivamos, limitamos nossa criatividade, ficamos desanimados e intranquilos nesta zona. Nesta zona encontram-se as pessoas que reclamam de tudo e de todos, nada está bom.
Pense comigo, quantas vezes nos preocupamos com coisas que não controlamos e que não podemos influenciar? É um tremendo erro! A preocupação nos cega e desfoca nossa visão do “agora”. Lembre-se que muitas (ou quase a totalidade) das nossas preocupações não se concretizam. Não seja tão pessimista!
Duas perguntas que você pode fazer para descobrir e prevenir que a sua atitude e mente navegue para a Zona de Preocupação:
- Posso influenciar ou controlar uma situação, para aquilo que “verdadeiramente desejo”?
Se a resposta for um grande NÃO, então: porque investir minha energia para algo que está fora do meu alcance? - Um “pensamento ou atitude” que estou cultivando ajuda-me a resolver a situação ou apenas suga minha energia e me deixa emocionalmente abalado?
Se a resposta for “suga minha energia e me deixa emocionalmente abalado”, então: porque cultivar este tipo de atitude/pensamento se o mesmo é maléfico?
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Ao identificarmos tópicos da nossa vida em que podemos mudar (seja influenciando ou com ações práticas) incorporamos um maior senso de responsabilidade em nossas ações, atitudes e comportamentos. Passamos a atuar com uma mentalidade de verdadeiros donos e coautores da vida!
O contrário também é verdadeiro, e desprender foco e energia em coisas que nos preocupam, nos destinará para um estado de falta de recursos, nos tornaremos vítimas das situações, e não teremos a possibilidade de redirecionarmos nosso foco/recursos para ações efetivas. Se por outro lado direcionarmos nossos esforços para situações que estão dentro da zona de controle, seremos mais efetivos e produtivos. Será uma zona de ação, faremos as coisas acontecerem.
E para identificar ações e recursos nesta zona, podemos fazer algumas perguntas como:
- Que ações já posso adotar (agora, já!) e que vai me direcionar para obter os resultados e objetivos que procuro?
- Quais podem ser meus primeiros passos? Por onde devo começar?
- De que recursos já possuo para agir e quais os que faltam e que POSSO obter?
- O que realmente devo e posso fazer de diferente daquilo que tenho feito para acelerar o alcance dos resultados que espero? Posso realmente controlar isto?
- Efetivamente já estou executando TUDO o que POSSO fazer para alcançar os resultados que desejo?
Faz-se necessário lembrar que algumas ações podem realmente não estar 100% dentro do nosso controle. Talvez não seja nossa responsabilidade agir, mas podemos influenciar como uma forma de extensão da nossa ação.
Veja abaixo o significado da palavra influencia:
- ação ou efeito de influir.
- ação de um agente físico sobre
alguém ou alguma coisa, suscitando-lhe modificações.
Gosto da etapa que diz: “suscitando-lhe modificações”. É somente isso que podemos realizar. Um dos objetivos deste Blog e dos artigos que escrevo tem este pano de fundo – suscitar modificações!
Apenas relembrando que a responsabilidade não é 100% nossa, mas podemos “estimular” as pessoas a mudar.
Gosto do seguinte ditado: “Você pode levar o cavalo até o rio, mas não pode força-lo a beber a água”. Nem todos estão dispostos a realizar a sua parte, neste contexto nossa função será apenas “tentar” influenciar, principalmente em assuntos diretamente relacionados ao nosso círculo de atuação. Talvez você possa envolver mais alguém para apoia-lo no assunto a ser resolvido ou no tema que precisa ser melhorado/ajustado.
Procure se perguntar de forma sincera: o que posso fazer nesta situação para influenciar outras pessoas? Realmente consigo inferir? Caso a resposta seja afirmativa, não desista e procure apresentar os argumentos. Se não obtiver sucesso, não se cobre demasiadamente por não conseguir influenciar e procure retornar com o foco no que você é capaz de controlar.
Uma pergunta que podemos fazer para saber se não estamos em alguma medida “abandonando” quem deveríamos apoiar, é: quais são as minhas qualidades para influenciar pessoas e como estou realmente utilizando-as? Será que o meu propósito está realmente alinhado com o assunto a ser resolvido? Ou estou querendo influenciar em um assunto que não é da minha “alçada”?
Em alguns momentos precisamos ter a certeza que não estamos invadindo território que não nos pertence. Fique atento!
Abaixo temos alguns exemplos de situações que estão 100% em nossa Zona de Controle/Influência, mas não fazemos muito para melhorar estes aspectos. Será que estamos sendo negligentes? Devemos refletir!
- Quando um parente ou colega começa a pensar em unir-se a uma pessoa que sabemos não ter caráter;
- Quando ingerimos comida em excesso e prejudicamos nossa saúde;
- Quando adotamos vícios ruins como fumo ou álcool;
- Quando possuímos várias “contas a serem pagas” e continuamos gastando dinheiro em paralelo (em coisas desnecessárias);
- Quando podemos sugerir outras possibilidades sobre um assunto, provocando novas percepções nas pessoas de referência do nosso cotidiano;
- Quando não está em nossa responsabilidade tomar uma decisão, mas somos implicados por ela de alguma forma e podemos fazer alertas e advertências;
Na Zona de Preocupação visualizamos pessoas de mal com a vida, sem energia, de espírito completamente desmotivado para buscar soluções, concentradas apenas em problemas, na escassez, no defeito, reclamando por situações, coisas e adotando uma atitude 100% baseada em uma mentalidade de vítima.
Tenho certeza que conhecemos pessoas assim e às vezes de alguma forma somos impulsionados para esta Zona, “mas evite-a ao máximo”.
Devemos nos “preocupar” menos e “ocuparmos” mais com assuntos na zona de controle, pois se não consigo influenciar ou controlar a situação, a opção é relaxar, tranquilizar-se e retornar para a zona de controle.
Veja a frase abaixo:
“O que não tem solução, solucionado está.” Autor desconhecido.
Entendo que a frase é 100% verdadeira.
Não é necessário ficar estressado e ocupar seu precioso tempo e energia em coisas improdutivas, mas sim investir de forma mais inteligente, produtiva e sábia sua energia e foco. Desta forma, mesmo em momentos de dificuldades que podem nos tirar do sério, e nos direcionarmos para a Zona de Preocupação, devemos retornar rapidamente para a Zona de Influência/Controle.
A troca do estresse pelo foco naquilo que realmente podemos fazer, desafoga imediatamente a tensão interna e proporciona um clima de tranquilidade e reduz a possibilidade de somatizarmos, ou seja, manifestar em nosso corpo físico, eventuais alterações emocionais ou psíquicas, em forma de doença.
Uma vez nos afastando da Zona de Preocupação, ocupamo-nos e obtemos uma sensação de realização. Você sente que realizou a sua parte e fez o que poderia dentro das suas possibilidades, como reflexo, vem à sensação de realização e não de angustia. Pense nisso!
Quando ouço alguém focando e falando dos tempos de crise, fica claro que essa pessoa esta se preocupando com algo sobre a qual ela não tem influência alguma. Percebe-se que esta mesma pessoa não foca em nenhum momento no que de fato pode fazer.
Houve um professor que disse algo que me recordo até hoje: “se tem gente chorando, tem gente vendendo lenço”. Toda suposta crise é uma oportunidade, mas isso depende de qual lado desejamos estar. Não estou dizendo que não haverá obstáculos, mas podemos e devemos optar pela transformação através de situações que podemos controlar.
Permanecendo na Zona de Controle/Influencia, percebo que podemos provocar em nós mesmos uma sensação de alegria, felicidade e realização. É uma sensação de dever cumprido, ou seja, fiz a minha parte ou o que estava dentro das minhas possibilidades, e desta forma nos sentimos realizados.
Uma vez adquirido confiança de que somos geradores de mudança e de influência (no que verdadeiramente podemos mudar) fortalecemos nossa ação e a capacidade de influenciar as pessoas/situações.
Pessoas que se adaptam às mudanças e situações que a vida nos coloca, conseguem rapidamente redirecionar a sua energia e foco para as zonas centrais do modelo. E estas serão as pessoas que vão atingir um crescimento rápido e efetivo em todos os aspectos da vida (espiritual, financeiro, pessoal, profissional, etc).
Pessoas que adotam a Zona de Controle como um lugar que desejam permanecer, possuem consciência do alcance e da importância de estar e manter-se nesta zona, além dos benefícios que estar nela é proporcionado.
Estas pessoas conseguem controlar as mudanças e transformações que são necessárias em suas vidas e inclusive tem consciência que a mesma inicia-se em seu interior. São inclusive pessoas que não necessitam de validação dos outros em relação as suas ações e atitudes, elas são muito mais autônoma e atingem um nível superior, revelando desta forma, uma face bonita de si mesma, além de gerar um ambiente muito mais harmônico, positivo e criativo para todos ao seu redor, e sendo desta forma um exemplo de influência.
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Um grande abraço!
Vida que segue!
Jeferson Peres.
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