Ensinamentos sobre Liderança que podemos aprender com o Livro “O monge e o executivo”

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Confesso que tinha um pouco de preconceito sobre este livro, pois entendia que deveríamos aprender com os chamados “papas da liderança” como Peter Drucker, Stephen Covey e claro John Maxwell. Mas o livro me surpreendeu positivamente e apesar de simples, possui uma riqueza profunda e traz ensinamentos muito importantes para qualquer líder.

O livro tornou-se um dos mais vendidos no Brasil. E aquele meu preconceito inicial (dúvida na verdade!) sobre “Líder Servidor” foi para o espaço assim que inicie a leitura desta obra. Comecei a entender que os conceitos são realmente importantes e aplicáveis no dia a dia. Tenho utilizado os ensinamentos do livro com a minha equipe e os resultados são surpreendentes!

Resolvi escrever uma síntese sobre os principais ensinamentos na minha visão. Vamos lá?

John é um líder que passa por algumas dificuldades pessoais e profissionais, e é indicado para participar de um retiro num pequeno e relativamente desconhecido mosteiro cristão chamado João da Cruz. Um fator que desencadeou o interesse de John foi o fato do “lendário Len Hoffman”, um ex-executivo famoso, ser um dos frades do local. Len Hoffman era conhecido no mosteiro por Simeão.

Inicialmente John não queria participar do evento, mas decidiu participar. Ao chegar teve a grata surpresa de descobrir que Len Hoffman seria o responsável pelo curso de liderança.

Durante as várias reuniões que participava, John foi “contrariado” pela visão de liderança apresentada por Simeão, que era justamente o oposto do que John entendia ser Liderança.

Literalmente o entendimento de John sobre liderança foi 100% modificado.

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Ensinamentos

Simeão dizia que: “É importante tratar os outros exatamente como você gostaria que eles o tratassem”. De certa forma, esta afirmação é o cerne sobre a essência da liderança eficaz para Simeão, pois tratando as demais pessoas com respeito, integridade e sacrifício, obtém-se autoridade e influencia sobre os liderados.

Uma pergunta que faço para sua reflexão neste momento é: você gostaria de ser tratado com respeito, integridade e sacrifício? Será que nos deixaríamos influenciar por alguém que nos trata desta forma? Seria agradável trabalhar/conviver com alguém que se comporta desta maneira?

Se a sua resposta for afirmativa, vai adorar os ensinamentos deste livro.

A maior habilidade de um líder é desenvolver habilidades extraordinárias em pessoas comuns. Abraham Lincoln.

Existem inúmeras definições para o termo liderança, porém, podemos encontrar alguns elementos comuns em todas elas: a) por um lado é um fenômeno de grupo e, b) envolve um conjunto de “influências interpessoais”, exercidas num determinado contexto (empresa, escola, família, etc.) através de um processo de comunicação humana com o objetivo de alcançar determinados objetivos específicos.

Logo, podemos dizer que as funções de liderança incluem as atividades de “influenciar as pessoas” em uma direção, ou seja, devemos como líderes gerar motivação e engajar as pessoas a fim de pôr em prática um determinado propósito/objetivo. Dentro deste contesto Hoffman inicia as discussões e reflexões com o grupo.

Diferença entre poder e autoridade

Poder é a possibilidade de forçar ou coagir alguém a fazer por SUA vontade, por causa de SUA posição ou força, mesmo que a pessoa preferisse não o fazer. Enquanto autoridade pode ser definida como a habilidade de levar as pessoas a fazerem de boa vontade o que VOCÊ quer por causa de sua influência pessoal.

Simeão inicia o debate justamente sobre a diferença entre poder e autoridade, e o conceito de liderança em si, e é aí que John começa a entrar em conflito com Len e consigo mesmo. Foi muito difícil para John assimilar a diferença entre poder e autoridade e sua grande relação com as questões de liderança.

Hoffman começa a trabalhar no grupo que participa do retiro, que a liderança é em certa medida procurar inspirar e influenciar o outro para ação (sem exercer o poder!). Ou seja, liderança é influenciar as pessoas do grupo com energia positiva e trabalho para o bem comum do grupo ou da causa.

Novamente devemos lembrar que a diferença entre poder e autoridade consiste em: poder é a força que funciona por um tempo, mas não é consistente. Enquanto autoridade, ao contrário, é a habilidade em conseguir com que as pessoas façam sua vontade por conta de sua simples influência pessoal.

Hoffman introduz o conceito que a autoridade sempre se estabelece ao servir os outros e “sacrificar-se por eles” (ato de amar), e isso trouxe à reunião questionamentos sobre o “ato de amar”, que, na visão de um líder, deve ser traduzido pelo comportamento e pela escolha de servir e sacrificar-se pelas demais pessoas, deixando de lado o sentimento amor.

Neste momento John quase enlouquece com os conceitos que Hoffman introduz.  Por outro lado, Simeão deixa claro para o grupo que o Amor a que ele se refere, é o chamado “Amor Ágape”, ou seja, a bondade, o respeito e a paciência, que são características que precisam ser demonstrada pelo líder. Este conceito se traduz no que você faz (sua ação) e não no que você sente, ou seja, você pode detestar uma pessoa, mais pode agir com amor (respeito e paciência).

A inspiração

Hoffman indica que Jesus Cristo (o Deus da Bíblia Sagrada para os Cristãos) foi o maior líder da história (em sua opinião), e que o seu conhecimento sobre liderança havia sido copiado Dele.

Vejamos abaixo quatro das nove atitudes entre “amor X liderança” mencionados por Hoffman e copiados de Jesus Cristo:

  • Paciência: Mostrar autocontrole, ou seja, cultivar uma virtude (paciência) a fim de melhorar a relação com as pessoas através do autocontrole;
  • Humildade: Ser autêntico e sem pretensão ou arrogância, ou seja, tratar as pessoas sem ser prepotente;
  • Respeito: Tratar os outros como pessoas importantes;
  • Resultados: Serviço e Sacrifício! Colocar de lado suas vontades, desejos e necessidades, e procurar o bem comum.

Novamente: o ato de amar ou servir e doar-nos pelos outros, nos impulsiona a sair do nosso egocentrismo (da nossa auto adoração que eventualmente temos), e nos permite crescer. Este ato proporciona a possibilidade de dar aos nossos liderados uma nova visão e uma nova esperança de vida (mesmo que estejamos dentro de um ambiente de trabalho, por exemplo).

Um homem deve ser grande o suficiente para admitir seus erros , esperto o suficiente para aprender com eles e forte o suficiente para corrigí-los. John C. Maxwell

Foram conceitos muito difíceis de serem aceitos por John, mas aos poucos Hoffman consegue dirigir o grupo e os conceitos são assimilados.

Por isso é importante que o líder saiba ouvir os liderados. Ouvir é uma das habilidades mais importantes que um líder pode escolher para desenvolver.

Também é importante diferenciar a gerência da liderança. Gerenciamos nossa rotina de vida, nossas finanças, nossos arquivos, nossos dias de treinar, no entanto, não podemos gerenciar pessoas. Pois se gerencia coisas e lideram-se pessoas.

Pessoas precisam de um líder que as façam desenvolver seus talentos ocultos, precisam de um líder que remova todas as barreiras, que valorize seus talentos, por menores que sejam. Um líder é engajador, dedicado e motivador, e que ama seus liderados de maneira irrestrita e que realiza boas ações para com seus liderados o tempo todo.

Paradigmas

No andamento do retiro, Hoffman fala “sobre o velho e o novo paradigma”, ou seja, como ter o cliente como amigo e aliado, e não o contrário.

Esta interessante abordagem realizada por Hoffman, indica que a estrutura hierárquica “velha” é muito centralizada, tendo o cliente no nível mais baixo e o presidente da organização no topo. Já no “Novo Paradigma” a situação é oposta, o cliente está no topo, enquanto o presidente está no nível mais baixo, logo a estrutura é descentralizada. Veja abaixo:

 

Apesar de estarmos no século XXI, ainda conseguimos visualizar situações de velho paradigma e definitivamente isso não é bom para as pessoas, para o ambiente e para os clientes.

Hoffman esclarece que quem quiser liderar com eficiência, deverá servir e não ser servido. Deste o topo da organização! É algo meio romântico ou utópico inicialmente, mas quando paramos para analisar a proposta do autor, faz todo o sentido. O líder precisa incentivar e propiciar condições para que as pessoas se tornem o melhor que podem ser. Cada pessoa possui suas necessidades, e com estas demandas atendidas, podem produzir muito mais.

Mas a liderança não pode ser algo imposto e sim uma forma voluntária, pois o liderado opta por seguir o líder, não por medo, mas sim por acreditar em seus ideais.

Hoffman indica a importância de características como: humildade, respeito, honestidade, elogios e paciência para uma liderança eficaz. Indica também que a estrutura organizacional deve ser descentralizada para que o cliente fique no topo e para que o líder sirva e dê suporte para toda sua equipe, e não apenas dar ordens e impor regras, pois somente assim é possível competir no mercado em que os clientes são cada vez mais exigentes e dispõe de várias opções no mercado.

Sobre o ambiente de trabalho, foi abordada a importância do “bom cultivo”, para desta forma realizar uma boa colheita.  Logo o ambiente de trabalho tem que ser o mais saudável possível, para que possa estimular os colaboradores. Poderíamos chamar de lei da colheita, ou seja, colhemos o que plantamos. Até parece um clichê, mas durante o desenvolvimento do seminário o autor consegue deixar claro que não se trata de um clichê.

Na visão proposta por Hoffman fica evidente que não é mais necessário um super-gerente e sim uma super-equipe sendo estimulada por um grande líder. Portanto, difundir o conhecimento dentro da organização e criar equipes engajadas, coerentes e fortes, é o segredo para alcançar sucesso no mercado altamente competitivo em que as empresas operam nos dias atuais.

Hoffman sugere ao grupo que quando os Líderes se comprometem e concentram atenção, tempo, esforço e outros recursos em alguém ou algo, durante certo tempo, tudo começa a caminhar melhor dentro da organização. O novo paradigma começa a ser disseminado com maior intensidade e a empresa começa a se transformar em uma versão melhor de si mesma.

Por fim, Hoffman fala sobre recompensas (uma parte muitas vezes negligenciada pela liderança ou empresa). Ele indica que para cada esforço, há uma recompensa. Além disso, a recompensa vai muito além de bens materiais e resultados.

Neste momento John novamente se sente desconfortável e após um grande e intenso debate, o grupo conclui que “a disciplina exigida para liderar com autoridade” proporcionará inúmeros ganhos e benefícios, e que a recompensa do sentimento de estar realizando algo positivo e alinhado com nossos propósitos, além da recompensa do sentimento de alegria é algo que traz uma satisfação interior muito elevada, além da convicção de saber que estamos verdadeiramente alinhados com os princípios mais profundos e permanentes da nossa vida.

Conclusão

No papel de líder, devemos nos doar para o nosso time/grupo, e desta forma conseguir verdadeiramente liderar com autoridade. Atuar desta forma irá forçar cada líder a quebrar seus muros de egoísmo e construir pontes onde as pessoas possam ir ao encontro do outro a fim de resolver os problemas e alcançar as metas que as empresa esperam de nós. Além de nos realizarmos como profissional e como pessoa.

O líder atual deve ser diferente de antigamente, pois ele deve ser muito mais um indivíduo que sabe entender as pessoas do que uma “pessoa que conhece aspectos técnicos do trabalho”. Este líder deve ser capaz de acompanhar as mudanças que ocorrem atualmente e ainda engajar, motivar e mostrar o caminho que precisa ser percorrido.

Gosta da frase abaixo:

O Líder do passado “era aquele que sabia mandar” e atualmente é alguém que sabe compartilhar, engajar e investir nas pessoas para que estas deem o melhor de si para alcançar os objetivos propostos pela liderança.

No final John aprendeu que: o líder “opta” (é realmente uma opção) pela autoridade e influência (que é a verdadeira liderança!).

Claramente se observa que o livro em certa medida veio um pouco na contramão do que algumas empresas estavam fazendo. Os ensinamentos apresentam a importância de se investir nas PESSOAS como prioridade para sustentar o sucesso das organizações.

Resumo: é preciso desenvolver líderes que servem no lugar de serem servidos, e desta forma conseguir envolver as equipes para alcançarem os melhores resultados possíveis.

Deixe um comentário, adoraria saber se você gostou do artigo. Você é um chefe ou um líder?

Um grande abraço!

Vida que segue!

Jeferson Peres.

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4 comentários em “Ensinamentos sobre Liderança que podemos aprender com o Livro “O monge e o executivo””

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