Se a motivação fosse suficiente, a academia ainda estaria lotada em março.

Mas a verdade é que ela some mais rápido que desconto em site de passagem aérea.

Um dia você acorda querendo mudar o mundo.
No outro, mal consegue mudar de posição na cama.

E é aí que entra ela: a disciplina.
Aquela amiga que não faz cafuné, mas te puxa pela orelha quando você precisa.

Nesta edição, a gente vai falar sobre esse superpoder subestimado que transforma gente comum em gente imparável — sem precisar virar monge, atleta olímpico ou CEO da Nike.

Bora descobrir como colocar ordem no caos (sem perder o bom humor no caminho)?

Então segue comigo que hoje o papo tá afiado.

Você já se sentiu motivado no domingo à noite?
Aquela sensação de “essa semana eu vou!”…
Até que chega a segunda-feira.

Cinco da manhã. Chuva. Frio. Despertador tocando.

E então?
A motivação foi embora sem nem deixar bilhete de despedida.

A verdade é essa: motivação é um ótimo ponto de partida, mas um péssimo plano de continuidade. Ela é volátil, depende do seu humor, da temperatura ambiente, do algoritmo do Instagram. 

Já a disciplina? 

Ela é como aquele amigo chato, mas confiável. Que te acorda, mesmo que você não queira. E que sempre aparece quando você precisa — especialmente quando você não está com vontade de nada.

A responsabilidade é sua. Sempre foi.

Ninguém virá te resgatar. Nem mentor, nem aplicativo, nem o próximo vídeo motivacional com trilha de orquestra e discurso do The Rock.

É você com você.

Acordar cedo? Você.
Ler em vez de rolar feed? Você.
Fazer o que precisa ser feito? Adivinha…

“Você não precisa de motivação. Precisa de um plano.” – disse nenhum Post viral, mas deveria.

Os Livros de Jocko Willink - é o Navy SEAL mais filósofo que você vai conhecer.

Se você gostou da ideia de disciplina como liberdade, vale conhecer:

Disciplina é Liberdade – Manual de Campo
Curto, direto e sem frescura. Perfeito para ler em doses pequenas e letais.

Responsabilidade Extrema (com Leif Babin)
Para quem quer levar a disciplina para o trabalho e liderança. Um soco de lucidez sobre assumir o controle.

E se preferir ouvir, o podcast do Jocko tem episódios que valem cada segundo de testosterona mental. 

Recomendo começar pelo episódio #174.

“Disciplina é o presente que você manda pro futuro. Sem laço. Mas com impacto.”

Sabe aquele “Eu do Futuro” que vai estar em forma, saudável, produtivo, sereno e realizado?

Pois é…
Ele só vai existir se o Você do Presente sair da cama, e fazer o que precisa ser feito.
Sem desculpas. Sem perfeição. Sem textão.

A disciplina é um compromisso invisível com uma versão melhor de você mesmo. É como dizer:

“Ei, eu me importo com você aí na frente. Vou te dar menos dor de cabeça.”
E isso vale pra tudo: corpo, mente, finanças, espiritualidade e relacionamentos.

Mas... e se eu não sou uma pessoa disciplinada?

Boa pergunta. A resposta: ninguém nasce sendo.
Você não tem um gene da disciplina (pelo menos, não ainda!).
Disciplina é construída. É treino. É prática. Assim como um músculo.

Um estudo da Universidade de Harvard com cadetes de academias militares revelou que a capacidade de manter rotinas consistentes previu desempenho futuro melhor do que QI ou força física. Em outras palavras: os mais disciplinados superaram os mais talentosos.

Quer ciência mais clara que essa?

 Se você não treinar a disciplina agora, o que o seu Eu do Futuro vai precisar consertar depois?
 E se você tratasse a disciplina como um treino mental diário — e não como uma habilidade que você “tem ou não tem”?

Ação prática:

- Escolha uma microação que se repita diariamente (ex: 5 min de alongamento, 10 min de journaling/oração/meditação, 1 garrafa de água ao acordar).
- Marque um X no calendário toda vez que cumprir (não quebre a corrente).
- Toda sexta-feira, escreva uma carta curta para o seu “Você daqui a 1 ano”. Pode ser no papel ou app de notas.
- Leia uma por mês. E perceba a construção.

Disciplina não é dureza. É cuidado antecipado.

Um pacto silencioso entre quem você é hoje e quem quer ser amanhã.

Nome de guerra: Missão 21 Dias Sem Desculpa

O que é?
Um protocolo simples para fortalecer seu “músculo da disciplina” com ações mínimas e diárias. O objetivo não é fazer muito — é fazer mesmo quando não quer.

Como aplicar:
Escolha UM hábito pequeno, mas que você costuma adiar. (Ex: arrumar a cama, caminhar 20 min, escrever 3 linhas no caderno, eliminar o açúcar, etc).

Nomeie essa missão. Dê importância simbólica a ela. (Ex: Protocolo Raiz, Missão Levanta & Vai, Operação Eu Não Reclamo).

Registre por 21 dias, sem foco em perfeição. Só registre. Não negocie.

No final, escreva: O que esse pequeno ato me ensinou sobre mim?

Disciplina não começa no quartel. Começa no sofá, onde você levanta mesmo sem querer.

“Sua mente é o campo de batalha. E a guerra começa antes de você sair da cama.”

Você conhece a Voz Fraca.
Todo mundo conhece.

É ela que sussurra logo cedo:

- “Tá frio... só hoje.”
- “Você merece um descanso.”
- “Faz depois. Depois é um ótimo horário.”

Essa voz mora dentro da sua cabeça. E o problema não é ouvi-la — o problema é obedecer.

A mente é o quartel-general. E o inimigo está lá dentro.

Você pode ter o melhor plano, a melhor planilha, o melhor personal trainer…
Mas se a mente estiver sem comando, tudo vira bagunça.

A força de vontade é como um músculo — e a ciência confirma.

Pesquisadores da Universidade de Stanford mostraram que a força de vontade é limitada, mas pode ser fortalecida por meio de exposição controlada a desconfortos voluntários. Traduzindo:


 quanto mais você resiste à Voz Fraca,
É por isso que militares treinam sob estresse. Não é só físico — é psicológico.
O objetivo é blindar a mente para que, no caos, ela continue operando.
Você pode aplicar isso no seu próprio cotidiano. Não precisa de um fuzil. Só de intenção.

 Você tem dado ordens para sua mente ou está aceitando desculpas como verdade?
 A quem você deu o comando da sua rotina: ao seu propósito ou à sua preguiça?

Ação prática:

- Nomeie sua Voz Fraca. Literalmente. (Sugestão: “Dona Desculpinha” ou “Capitão Migué” )
- Quando ela aparecer, escreva a desculpa e rebata com a verdade (ex: “Tá frio” → “E daí? Isso não impede o que precisa ser feito.”)
* Pratique um pequeno desconforto voluntário por dia: 2 minutos de prancha , 1 hora sem celular, levantar no primeiro toque do alarme.

Cada vez que você resiste à Voz Fraca, você reafirma quem está no controle.**
E a disciplina mental se fortalece não no grito, mas na escolha silenciosa.

“Você não sempre estará motivado. É por isso que você precisa ser disciplinado.”
— Jocko Willink

Essa frase corta como faca porque é real.

Quantas vezes deixamos de fazer algo importante esperando “estar com vontade”?
E se trocássemos essa espera por movimento?

Desafio de journaling:
Hoje, anote: “O que eu faria se fosse uma pessoa extremamente disciplinada?”

E depois… apenas comece com o primeiro item da lista.

“Rotina é como um casulo. Parece restrição, mas é onde a transformação acontece.”

Muita gente torce o nariz quando ouve a palavra rotina.
Ela parece coisa de gente engessada, sem criatividade, sem alma.

Mas e se eu te dissesse que a rotina é a verdadeira libertação disfarçada de repetição?

A rotina não engessa a vida — ela sustenta.
Ela cria um trilho invisível por onde a ação pode deslizar mesmo nos dias nublados.
Sem ela, todo dia é um novo esforço de reinvenção. E convenhamos… isso cansa.

A inspiração é superestimada.

E a perfeição? Uma armadilha disfarçada de capricho.

- “Não estou inspirado.”
- “Não tá perfeito ainda.”
- “Preciso de mais clareza antes de começar.”

Tudo isso tem o mesmo nome: autoengano sofisticado.

A verdade é que o progresso real acontece no meio da bagunça.
Com caneta falhando, cabelo desarrumado, planilha incompleta e um leve ranço do mundo.

Estudos sobre “fadiga de decisão” (como o de Roy Baumeister, da Florida State University) mostram que quanto mais decisões você precisa tomar por dia, menor sua capacidade de autocontrole.
Ou seja, se todo dia você precisa decidir de novo o que vai comer, vestir, fazer ou começar...

você está desperdiçando energia de ação em decisões desnecessárias.

 Sua rotina te serve ou te sabota?
 Você está esperando o dia perfeito ou criando espaço para que ele aconteça?

Ação prática:

- Escolha uma faixa horária (ex: 5h–6h ou 20h-21h) e crie uma rotina mínima com 3 passos fixos: algo físico, algo mental, algo de criação.
- Escreva em um papel: “A rotina me liberta do caos” e cole na geladeira, no espelho ou onde o caos costuma atacar.
- Avalie no fim da semana: foi mais fácil ou mais difícil manter o foco?

A rotina não tira sua liberdade. Ela protege a sua liberdade.

E, com o tempo, ela vira o palco invisível onde os seus melhores dias acontecem — mesmo que bagunçados.

Sim, vermífugo.
Parece dica da sua avó, mas a ciência está começando a levar mais a sério.

Estudos em saúde preventiva mostram que infecções parasitárias mesmo subclínicas podem comprometer absorção de nutrientes, alterar humor, causar cansaço persistente e prejudicar o sistema imunológico.

Ou seja: você pode estar se esforçando ao máximo… com o freio de mão puxado.

Tomar um vermífugo a cada 6 meses (com orientação médica, claro) pode ser um reset invisível para sua energia e disposição — inclusive para manter a disciplina.

Corpo leve → Mente afiada → Escolhas melhores.

E lembre-se: de nada adianta tomar whey protein premium e colágeno hidrolisado se tem lombriga morando no duplex do intestino.

“Disciplina não é dom. É decisão, treino e repetição. É musculação invisível.”

Você já pensou:
- “Ah… mas fulano é naturalmente disciplinado.”
- “Eu não sou assim. Nunca fui.”

Essa ideia é confortável. Mas também… limitante.

É como dizer que só quem nasceu cantando pode aprender a falar. Ou que só quem saiu da maternidade com planilha pode ser organizado.

Ninguém nasce disciplinado. Mas todo mundo pode aprender.

Disciplina é uma habilidade treinável.

Inclusive, você já está praticando agora — só de ler isso até aqui, sem checar o WhatsApp no meio. (Se não resistiu, tudo bem. Respira. Volta. )

Um estudo publicado na Journal of Cognitive Neuroscience mostrou que a prática intencional de pequenos hábitos por 66 dias (em média) muda conexões cerebrais associadas à tomada de decisão e autocontrole.
Isso tem nome técnico: neuroplasticidade.
Tem nome popular também: você pode mudar.

E sim, militares sabem disso na pele. Durante o treinamento básico, o que mais se repete são rotinas rígidas e microcompromissos: levantar, arrumar a cama, comer em silêncio, reagir a ordens com prontidão.

Não porque essas ações sejam grandes…
Mas porque a repetição delas molda o caráter.
E, como já dizia Aristóteles:

“Somos o que fazemos repetidamente. Excelência, então, não é um ato — é um hábito.”

Você não precisa nascer pronto.

Precisa nascer de novo, todo dia, com a escolha de repetir o que te aproxima do seu Eu Melhor Que Ontem.

Se você chegou até aqui, parabéns.

Não é pouca coisa terminar algo hoje em dia — especialmente sem alternar entre 12 abas e 3 notificações.

Agora vem a parte mais importante: o que você vai fazer com isso?

Não precisa virar um monge da disciplina. Nem cortar o açúcar (ainda).
Mas que tal escolher uma única ação prática desta edição e aplicar hoje mesmo?

Se for o caso, me escreve. Me conta o que está funcionando. Ou o que está difícil.
Essa jornada não precisa ser solitária.

E lembre-se:

Você não precisa ser perfeito. Só precisa ser um pouco mais disciplinado do que era ontem.

Se essa newsletter te ajudou, compartilhe com alguém que precisa menos de motivação e mais de movimento.

Até semana que vem.

Com constância. 

Com leveza.

Sempre um passo a mais. Eu Melhor Que Ontem.

No fim das contas, a disciplina não é sobre rigidez.

É sobre liberdade com responsabilidade, progresso com propósito e rotina com alma.

É o que mantém seu plano de pé quando o entusiasmo cochila.
É o que te faz escolher o que constrói, mesmo quando o mundo grita pelo que distrai.

E se hoje você só conseguir cumprir uma pequena parte do que se propôs… já é suficiente.
Porque no jogo do “Eu Melhor Que Ontem”, cada 1% conta.

Afinal, até Jocko um dia começou com o despertador e uma cara de sono.

Nos vemos na próxima edição.
Com disciplina. Com verdade.

E sempre com um pouco de bom humor no bolso.

Abraço,
Jeferson