

Você oferece conselhos para as pessoas? Você fala mais ou ouve mais? Pense bem antes de responder!
Com que frequência você “REALMENTE” aconselha ou orienta as pessoas em suas conversas? Posso assegurar que é mais do que você imagina. Temos dificuldades “em ouvir”. E este é um tremendo equivoco. Escrevi um artigo sobre estratégias para se tornar um bom conversador, e o item 5 fala justamente sobre a nossa necessidade de aprimorar “a capacidade de ouvir”, caso queira ler o artigo posteriormente, clique aqui.
Muitas vezes queremos “palpitar e aconselhar” assim que surge um tema, um problema ou alguém solicitando feedback. O engraçado é que aconselhar e falar em demasia às vezes nos faz sentirmos muito bem, mas pode não ser tão útil quanto imaginamos!
Vou procurar apresentar 3 hábitos de líderes efetivos para melhorar nossa capacidade de escolher o momento adequado para realizar uma orientação.
A equação é mais ou menos a seguinte: devemos ao ouvir um relato ou pedido de apoio, primeiro: parar e ouvir. Depois, realizar perguntas e desta forma alcançar os resultados que desejamos. As perguntas são mais efetivas e nos faz refletir.
Ao invés de sugerirmos, devemos estimular com perguntas que provoquem no outro uma reflexão, pois ele mesmo na maioria das vezes conhece e sabe os caminhos que devem ser seguidos. Às vezes o que o impede de avançar é o medo, dúvida ou a insegurança.
Somente na sequência podemos “talvez compartilhar” nossas opiniões e experiências, mas em alguns casos não se faz necessário, pois as perguntas que realizamos já conseguiu esclarecer e indicar os caminhos que o outro pode seguir.
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Como líder, observo que muitas vezes é difícil adotar esta postura, e queremos ir direto ao ponto e dizer para o colaborador o que deve ser realizado e como. Mas posso assegurar que não é a melhor alternativa, devemos guiar as pessoas para que elas mesmas cheguem à conclusão que gostaríamos e trilhem seus caminhos, e desta forma possam aprender e crescer profissionalmente e pessoalmente. O mesmo se aplica nas relações familiares e pessoais.
Querer ir direto ao ponto e encurtar a conversa infelizmente não é uma boa ideia. Sim, demanda mais tempo e esforço adotar uma postura de diálogo e questionamentos, e somos tentados a jogar a toalha, mas não devemos agir desta forma. Para não se frustrar, devemos imaginar que nosso trabalho/papel não é dizer para as pessoas o que elas devem realizar, mas sim apoiá-las no sentido de tornar as pessoas mais capazes, mais confiantes e principalmente, mais autônomas.
Desta forma, você provocará nas pessoas um “grande crescimento pessoal e profissional”, e na medida em que este crescimento ocorre, todos são beneficiados de uma forma geral. Seja através de um ambiente familiar ou profissional mais harmônico e principalmente de mais confiança entre as pessoas.
Porém, o nosso “instinto” fala mais alto às vezes, e queremos acelerar o processo e adotamos uma postura inadequada, ou seja, dizemos “o que deve ser feito e como”. Lembre-se que: não permitimos que as pessoas cresçam desta forma.
Para evitar este problema e sermos mais “efetivos”, podemos adotar uma postura diferente para melhorar as pessoas ao nosso redor e permitir que elas aprendam e cresçam. São apenas três atitudes:
1. Dê menos conselhos
Devemos “reduzir significativamente” nossa dose de conselhos. É instintivo quando alguém nos procura, cairmos na tentação de dizer exatamente o que “achamos” que a pessoa deve fazer.
Muitas vezes nem sabemos qual o real problema, quais as variáveis, não temos todas as informações, e já queremos dizer ao outro o que deve ser feito. É muito comum esta situação, por outro lado, é um equívoco.
Alguns podem se perguntar se não seria realmente conveniente dizer para pessoa o que deve ser feito e pronto. Talvez sim, mas temo que isso possa criar um problema maior, pois as pessoas ficam dependentes e não conseguem tomar decisões e serem autônomas. Isso definitivamente não é bom e bloqueia o desenvolvimento da pessoa.
Ao adotarmos esta opção, as pessoas realmente tornam-se menos confiantes, sentem-se menos competente, menos capazes, e principalmente menos autônomas. Posso assegurar que você não possui este desejo.
Temos que estimular as pessoas a encontrarem seus caminhos e respostas, e se seguirmos na direção contrária, estaremos na verdade sendo o culpado pelo não desenvolvimento das pessoas e estimulando que elas sempre nos procurem para tomar decisões.
Observe que ao darmos respostas rápidas e dizermos o que precisa ser realizado, enviamos uma mensagem errada, pois treina a pessoa para confiar em você e não para resolver as coisas por si mesmas. É frustrante para as pessoas e cansativo para você.
Sugestão para a atitude 1: seja lento para oferecer conselhos.
2. Realize questionamentos
Quando nos sentimos autônomos, ficamos com uma sensação de que somos importantes e temos clareza no que está ocorrendo. Neste sentido, as pessoas ficam mais engajadas e conseguem trazer a tona o seu melhor. Ou seja, as pessoas atuando de forma autônoma sentem-se mais seguras e desempenham melhor suas atividades, seja em um ambiente profissional ou familiar.
Logo, fazer perguntas que estimulem é uma excelente forma de gerar sensações positivas nas pessoas. Como realizar esta abordagem?
Podemos fazer da seguinte forma: suponhamos que um colaborador ou o seu filho, ou irmão, lhe peça ajuda para resolver um problema, apenas sonde-o primeiramente. Faça a seguinte pergunta: Hum, essa é uma excelente questão, mas antes de compartilhar minhas sugestões, gostaria de saber primeiramente como você resolveria esta questão. Quais são as suas ideias?
Agora é hora de apenas ouvir! Atentamente! Muitas vezes a ideia é até melhor que a nossa.
Adotei este hábito no passado e percebi rapidamente que funciona. Várias vezes as pessoas já vem com as respostas que eu iria sugerir, mas como a ideia vem deles mesmos, é muito mais poderoso a implantação da solução que eles mesmos sugeriram. É incrível! As pessoas sentem-se importantes, engajadas e capazes. Muitos se sentem inteligentes e brilhantes. E bum, o problema esta resolvido.
Sugestão para a atitude 2: pergunte!
3. Realize perguntas
Parece que o item dois é igual ao terceiro, certo? Não é bem assim. Até porque, quando realizamos um questionamento e a pessoa vai completamente na direção errada, precisamos “melhorar” nossas perguntas. Talvez algo do tipo: OK. Mas vamos pensar em outra forma de equacionar este problema, “o que mais poderíamos realizar”?
A abordagem “o que mais poderíamos realizar”, transforma-se em uma espécie de curinga. O objetivo aqui não é fazer a pessoa se sentir mal, mas estimular o pensamento da pessoa naquele assunto, e principalmente mostrar para a pessoa que ela é capaz e que você a valoriza.
Então o título para a Atitude 3 ficaria melhor assim: Realize perguntas melhores!
É claro que não precisamos sempre adotar uma abordagem 100% “socrática”, pelo contrário, se as pessoas nos procuram é exatamente porque acreditam em nossas experiências e entende que estas experiências são úteis. Mas é extremamente oportuno e importante desenvolvermos a capacidade de fazermos boas perguntas à medida que evoluímos.
Vale ressaltar que não se aprende muito “quando apenas recebemos instruções do que exatamente devemos realizar”. Precisamos fazer e eventualmente errar, mas é uma forma de aprendizado importante.
Quais dos três hábitos acima você precisa aprimorar? Deixe seu comentário! Ficaria muito feliz em saber o que você precisa melhorar.
Um grande abraço!
Vida que segue!
Jeferson Peres.
Nota.: ajude a divulgar este trabalho, compartilhe e curta! Se acredita que o artigo pode fazer o bem para algum colega, amigo ou familiar, indique a leitura.

