O professor que nos ensina a ser feliz

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O professor israelense Tal Ben-Shahar da Universidade de Harvard nos Estados Unidos ajuda os alunos a serem mais realizados com uma aula bem inusitada, o tema: felicidade.

Alguns estudantes dessa universidade têm sido mais felizes há alguns anos, não por estudar em uma das melhores universidades do mundo, mas também porque de fato aprendem como ser feliz em uma disciplina eletiva.

O professor é especialista em psicologia positiva, uma das correntes mais presentes e aceitas no mundo, e que Tal Ben-Shahar define como a ciência da felicidade (ou Modelo Hambúrguer). O conceito é que a felicidade pode ser aprendida, da mesma forma como uma pessoa aprende a andar de bicicleta ou tocar um instrumento, ou seja, com estudo, técnica e prática, aprende-se a ser feliz.

Quem diria que uma das matérias mais populares da maior universidade dos Estados Unidos, seria uma disciplina que não ensina nem medicina e nem direito, mas ensina seus alunos a serem felizes!

Nas primeiras oportunidades que ministrou a disciplina, poucos se inscreveram, mas a fama cresceu e atualmente é uma disciplina bastante procurada. O relato dos alunos é que a aula muda a vida das pessoas.

Atualmente a felicidade pode ser considerada um “tesouro”. Apesar de ser um conceito relativamente abstrato, subjetivo e difícil de definir, estamos sempre buscando esta felicidade.

Tal Ben-Shahar apresenta vários estudos científicos empíricos provando que a psicologia positiva realmente funciona. Suas aulas abordam alguns princípios sob o lema que “não é preciso ser perfeito para levar uma vida mais feliz”. O segredo é aceitar a vida tal como ela é e isso poderá libertá-lo do medo do fracasso e das expectativas perfeccionistas. Portanto o Tal Ben-Shahar explica que é a expectativa de sermos perfeitamente felizes que nos faz sermos menos felizes.

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Tal Ben-Shahar mudou de curso na universidade saiu da Ciência da Computação para Psicologia/Filosofia, e seu objetivo era responder a duas perguntas: por que estou triste e como posso ficar feliz? Estudou e decidiu compartilhar o que aprendeu.

Veja que interessante o que ele aprendeu com o estudo…

Durante uma preparação para um campeonato de Squash, procurou melhorar ainda mais sua alimentação, que já era boa, além de treinar ainda mais forte para a competição. Como recompensa, se permitiu o direito de adotar dois dias de “comida lixo”, após o término do campeonato, ou seja, teria dois dias para comer “porcarias”.

No primeiro “dia lixo”, ele foi comer o seu suposto delicioso hambúrguer que era o que ele mais aguardava.

Ao pedir o sanduíche, ficou pensando e chegou a seguinte conclusão: vou comer e ficar muito feliz (momento presente), mas isso não será bom para a minha saúde (futuro).

Neste momento surgiu a ideia de criar um Modelo da Felicidade ou Modelo Hambúrguer.
Quando passou um mês inteiro comendo de forma adequada e treinando para a competição, o seu corpo acostumou-se a esta rotina. Ele se sentiu muito bem, uma espécie de “purificação” com muita saúde e um elevado nível de energia. Por outro lado, ele pensou conscientemente que adoraria comer os lanches repletos de maionese, catchup, etc., mas sabia também que se sentiria fatigado e triste por saber que estava realizando uma escolha inadequada.

Diante deste cenário montou sua teoria, e construiu os seus quatro arquétipos, sendo que cada um deles apresenta um padrão de atitude e comportamento do ser humano.

Segue abaixo os quatro arquétipos (modelo):

1. Hedonismo – São pessoas que aproveitam o dia e momento presente, ou seja, tem o foco apenas no agora. A pessoa não faz planos para o futuro e pensa apenas nos benefícios e bem estar imediato. Ou seja, está o tempo todo se divertindo, comendo coisas que não deveria, estão na rede social quando deveriam estar estudando ou trabalhando, etc. Ou seja, a pessoa ignora as consequências futuras de seus atos presentes.

No caso, seria como comer o sanduíche “não saudável”, mas com um sabor supostamente delicioso – beneficio apenas no presente.

Significado: O hedonismo (do grego hedonê, “prazer”, “vontade”) é uma teoria ou doutrina filosófico-moral que afirma ser o prazer o supremo bem da vida humana. Surgiu na Grécia, e seu mais célebre representante foi Aristipo de Cirene.

2. Rat Race – São pessoas que afirmam que quando conseguir “algo” vai ser feliz. Tem um foco demasiado em coisas que estão no futuro. Quando eu comprar uma casa, vou ser feliz, quando conseguir um aumento salarial, vou ser feliz. Porém, quando consegue este “algo”, surge outro e nunca a pessoa se permite ser feliz.

O problema neste caso é que a pessoa “não aprecia e aproveita a jornada” que a leva a um determinado objetivo que a fara feliz! A pessoa troca a possibilidade de ser feliz no momento presente por um suposto benefício no futuro, ou seja, sofrer agora para ganhar alguma coisa lá na frente.

No caso, seria comer um sanduíche “vegetariano” (com todo o respeito aos vegetarianos!), mas um sanduíche com um sabor duvidoso, para obter um beneficio futuro. É o sanduíche elaborado apenas com os “supostos” melhores ingredientes, e que vai me trazer muita saúde, mas não vou ter um sabor delicioso imediato. Resumo: não vou gostar do sabor, mas no futuro supostamente vou ter bastante saúde.

3. Niilista – São pessoas que apenas vivem do passado. Dizem que no passado tudo era muito melhor. Não olha o presente e não projetam o futuro, ou quando projetam, pintam um cenário catastrófico. Apenas afirmam que “eu era feliz e não sabia” e jamais serei feliz novamente.

Significado: Niilismo é uma doutrina filosófica que indica um pessimismo e ceticismo extremos perante qualquer situação ou realidade possível. Consistem na negação de todos os princípios religiosos, políticos e sociais. Este conceito teve origem na palavra em latim nihil, que significa “nada”.

No caso da metáfora do “Hambúrguer”, seria como comer um sanduíche ruim, com gosto duvidoso e péssimo para a saúde, ou seja, um sanduíche insípido. Não tem um sabor gostoso (momento presente) e será ruim para a saúde (futuro).

4. Felicidade – Seria como comer um sanduíche muito, muito gostoso e também saudável, ou seja, benefício/prazer no presente e no futuro. Seria uma experiência completa apenas com benefícios, ou seja, felicidade completa.

Este modelo na verdade é uma mistura dos três anteriores, mas de uma forma equilibrada. Possuo benefícios imediatos, mas também penso no futuro, sem me concentrar apenas em aspectos negativos.

Seria como ao subir uma montanha, apreciar a jornada e não apenas imaginar que vai se realizar 100% quando chegar ao topo. Temos que aproveitar e apreciar o percurso, além de  pensar que podemos sim chegar ao topo, e não ser pessimista o tempo todo.

 

De uma forma geral, todos nós invariavelmente navegamos nestes quatro arquétipos. O importante é saber que eles existem e como navegar entre eles, sabendo é claro que o ideal é estar no quadrante da felicidade com uma frequência maior, mesmo que em curtos períodos. Curtos períodos no quadrante da felicidade já são suficientes para tornar-se uma pessoa mais feliz.

Hedonismo (prazer imediato X detrimento do futuro): não existe problema algum em jogar vídeo game, assistir uma série no Netflix, comer “uma pequena” porcaria. A questão neste quadrante é ser moderado e utilizar o “bom senso”.

Rat Race (prazer futuro X detrimento do presente): estudar incansavelmente para o vestibular ou um concurso, trabalhar duro e ininterruptamente em um projeto, não comer uma pequena sobremesa, ou seja, aqui a pessoa pensa e foca apenas no futuro!

Esquece-se de viver o presente! Não faça isso. É importante sacrificar um pouco do nosso momento presente para se dedicar aos projetos futuros e buscar a realização dos seus sonhos, mas o bom senso deve nos permitir também viver o hoje! Pense nisso. Uma dose de equilíbrio nunca é demais.

Niilismo (futuro e presente catastrófico X passado muito ruim ou maravilhoso): Infelizmente ninguém se beneficia de possuir uma visão de que tudo é ruim hoje (presente) e que no futuro não há esperança, e que o passado era maravilhoso. Sim, haverá desapontamentos e momentos ruins, somos “humanos” e temos que aprender a conviver com altos e baixos de uma forma equilibrada, sem nos aproximarmos em demasia dos extremos.

Felicidade: todos devem buscar este quadrante. Comer uma comida boa e que nos faz bem, se divertir, passar o tempo com pessoas que gostamos, jogar um pouco de video-game, trabalhar em projetos que nos deixará felizes e nos trará prazer, assistir uma série, etc. Mas é preciso estar ciente que teremos que em algum momento sermos um “Rat Race”.

Procure pensar ao final do dia, nos progressos que você foi capaz de alcançar, pois pessoas que fazem isso possuem índices mais altos de satisfação e é mais produtivo.

Qual o grande segredo da felicidade? Procurar equilíbrio entre estes quadrantes, e designar na medida do possível um maior tempo no quadrante da alegria.

Como podemos fazer isso? Liste atividades que lhe tragam prazer no presente e no futuro. Exemplo:

  • Comer algo saudável e saboroso;
  • Sair com um grande amigo;
  • Ler aquele livro (ou assistir um filme) que já programou várias vezes mas não conseguiu;
  • Aprender a tocar aquele instrumento que tanto sonhou;
  • Trabalhar em um projeto XYZ (que lhe trará muita satisfação);
  • Voluntariar-se no grupo de ajuda aos moradores de ruas que sempre desejou (ou algo similar);
  • Praticar um esporte que gosta muito;
  • Visitar um grande amigo ou parente que possua afeto;

Procure adicionar as atividades acima no seu dia a dia (com bom senso). Principalmente durante as atividades que são necessárias, mas não tão prazerosas, introduza coisas da lista acima. Sim, estou sendo repetitivo, mas é importante, pois muitas vezes não conseguimos enxergar o óbvio. É exatamente isso que o pesquisados nos sugere, incluir em nossa rotina pequenas coisas que nos proporcionam prazer, pois desta forma seremos capazes de experienciar felicidade com maior frequência.

Uma das coisas que realmente possibilitam e potencializam a felicidade, é também o tempo que passamos com pessoas que de alguma forma são importantes para nós, como colegas, amigos e familiares. Atualmente, muita gente prioriza o trabalho em vez dos relacionamentos, e isso aumenta a infelicidade.

Apenas para relembrar, de acordo com o professor, a felicidade é uma “competência que pode ser aprendida”. 

Lembre-se também que é preciso planejar o futuro e fazer alguns sacrifícios no presente, mas para conseguir realizar e atravessar estes momentos, adicione “pitadas” de pequenas atividades que lhe proporcione felicidades hoje. A combinação de doses de prazer no presente (no momento atual) nos possibilitará caminharmos com mais leveza e chegarmos onde desejamos.

Outro ponto que é muito importante (principalmente para os momentos “niilistas”), é que precisamos “aprender a encarar a realidade” com coragem e determinação. A psicologia positiva sugerida pelo professor, não defende que os erros e os pontos fracos sejam ignorados, mas sim, propõe uma mudança de foco: parar de enxergar “apenas o que vai mal” e observar o que dá certo (mesmo em momentos difíceis e em crises). A proposta é perceber o quadro completo da realidade e evitar os extremos (positivo e negativo).

Todos nós vivenciamos emoções dolorosas como tristeza, raiva e decepção. Em alguns momentos, temos dificuldade em aceitar que sentimos essas emoções, e não aceitar isso pode nos levar a muita frustração e à infelicidade.

Não sou eu que estou dizendo tudo isso, e sim o professor Tal Ben-Shahar e sua equipe da Universidade de Harvard. Tal Ben-Shahar é um grande consultor e ministra palestras ao redor do mundo para os executivos das maiores empresas do planeta, instituições de ensino e o público de uma forma geral. Obteve seu PhD em Comportamento Organizacional e é bacharel em Filosofia e Psicologia pela Universidade de Harvard.

A palavra final que considero apropriada na busca pela felicidade é: moderação!

Deixe um comentário, adoraria saber se você gostou do artigo e como você busca sua felicidade.

Um grande abraço!

Vida que segue!

Jeferson Peres.

Nota.: ajude a divulgar este trabalho, compartilhe e curta! Se acredita que o artigo pode fazer o bem para algum colega, amigo ou familiar, indique a leitura.

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2 comentários em “O professor que nos ensina a ser feliz”

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